quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Impactos ambientais: quanto custa “modelar” o ambiente para agradar aos visitantes?


Nesta semana fui visitar o parque dos saltos, em Brotas – SP, e percebi que muitas construções foram feitas em relação aos anos anteriores, e estas utilizaram materiais que não são biodegradáveis e nem tampouco susceptíveis às transformações da natureza, ao menos num intervalo relativamente grande de tempo [na ordem de décadas]. Procurei informações acerca de tais obras, se possuíam licenciamento ambiental, se tinham programas de estudos de impactos ambientais diretos e indiretos, mas fui informado de que a obra havia sido liberada, e que foi financiada com dinheiro do Ministério do Turismo e, também, com recursos municipais, não necessariamente financeiros, e que fazia parte de um conjunto de obras que busca a “revitalização do parque”. Mas, cabe aqui a seguinte pergunta: revitalizar um parque? Se tal área é de proteção ambiental, se possui um rio que sofre muito com processos erosivos além da imensa quantidade de lixo que recebe todos os dias dos “turistas que amam a natureza” (não somente deles, claro...), por que revitalizar? Será que o comércio local e as agências turísticas só vêem os lucros e não conseguem perceber que construir uma lanchonete AO LADO do rio causa mudanças drásticas no ecossistema em questão? Será que colocar concreto em toda área antes verde e cheia de vegetação nativa é, de certa forma, um investimento? E a população, está ciente disso? Bom, só possuo resposta para esta última questão, e é negativa, pois a população, de modo quase que geral, não se importa com as transformações ambientais que Brotas vem sofrendo, como por exemplo, o corte de árvores centenárias em frente a uma escola municipal. Cabe a todos nós – moradores ou não deste município – fazer alguma coisa, pois atualmente existem leis e códigos ambientais que impedem tais modificações absurdas!

Abaixo, algumas imagens das obras e transformações do parque.


Obra erguida ao lado do Rio Jacaré Pepira (parque dos saltos - Brotas/SP)

Concreto sendo retirado do chão pelas chuvas e demais ações naturais, para onde ele vai??

Depredação e pixação de patrimônio histórico (antiga usina hidrelétrica da cidade)


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Clima não se muda tão fácil e requer adaptação e planejamento


Neste mês de janeiro estamos enfrentando, em algumas regiões do país, uma temporada de chuvas muito intensa, com inúmeros casos de processos erosivos, formação de crateras em rodovias e ruas, alagamentos de casas etc. Porém, o que devemos lembrar é que todas estas conseqüências (que são, em grande parte, destrutivas) se devem ao fato das transformações que o espaço natural vem sofrendo, desde o inicio da industrialização brasileira, e não ao clima da nossa região. Pavimentar ruas, derrubar todas as árvores que nela existem, contribui para que alagamentos e problemas urbanos, além da transmissão de inúmeras doenças, aconteçam. O que deve ser lembrado, é que LIXO não é para ser posto em árvores e calçadas, ainda mais nesta época de muitas chuvas, pois este vai para bueiros e bocas de lobo, o que contribui ainda mais com os problemas que inúmeros municípios vêm sofrendo.

Em Itirapina – SP grande parte do lixo que a população produz são jogados nas vias públicas e transportados pela água até a represa da Estação Experimental (Unidade de Conservação), que fica muito próximo à área urbana, poluindo, desta forma, um imenso ecossistema, e causando inúmeras conseqüências para a biodiversidade que ali existe.  Nas fotos abaixo, tiradas há dois dias, temos um imenso cinturão de lixo e dejetos na represa, o que mostra a gravidade do problema.

Onde está o planejamento deste município para o manejo do lixo? Por que não encontramos lixeiras nas ruas? Por que não se preocupam com o destino do lixo neste município? Um intenso processo educativo, nesta cidade, não é necessário somente para os alunos de todos os níveis de ensino, mas sim para TODA a população. Os alagamentos, enchentes e perdas materiais não se devem, necessariamente, ao clima, mas ao fato de não se ter um planejamento, em todos os níveis, para a época que mais chove no ano. O clima não muda tão fácil, e pelo jeito, a consciência de como tratar o lixo também não.